O uso público em unidades de conservação é atualmente um dos temas mais importantes e, por isso, um dos mais discutidos em relação a essas áreas protegidas. Para quem ainda está se inteirando do assunto, o uso público diz respeito à utilização das unidades de conservação, por parte da sociedade, para recreação, educação, turismo, esportes junto à natureza, entre outras atividades.

Este uso é tido como muito importante para aproximar a sociedade do processo de gestão dessas áreas, fazendo com que o público entenda e valorize o papel delas para a conservação da biodiversidade. Para além desse papel, o uso público também pode trazer inúmeros benefícios diretos e indiretos à sociedade, de ordem pessoal, econômica, social e ambiental. Quando associado a diferentes atividades econômicas, como por exemplo o turismo, pode gerar emprego, trabalho e renda numa perspectiva ambiental mais sustentável.

Nas duas últimas décadas houve um grande incremento da visitação e do turismo em unidades de conservação, principalmente naquelas da categoria Parque, que é a mais conhecida pelo público e que apresenta finalidades também voltadas ao uso público. Com esse avanço da visitação, evidentemente aumentaram as demandas por um melhor ordenamento desse uso, ficando mais evidentes as limitações e os desafios a serem superados.

É nesse cenário que o Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), Campus Porto Alegre, que possui uma área acadêmica voltada às Ciências Ambientais, iniciou sua contribuição sobre o tema ainda no início da década de 2010. Desse período para o atual foram realizados inúmeros projetos de Ensino, Pesquisa e Extensão voltados ao uso público em unidades de conservação da região.

No ano de 2017, como iniciativa de alunos do curso superior de Tecnologia em Gestão Ambiental do IFRS/Campus Porto Alegre, foi criado um grupo de estudo denominado Gestão Ambiental do Uso Público em Unidades de Conservação - GAUPUC, que durante um ano e meio discutiu artigos científicos, realizou rodas de conversa com especialistas do tema e, principalmente, organizou e realizou visitas técnicas a várias unidades de conservação do estado.

Devido ao sucesso da iniciativa, no ano de 2020 o GAUPUC voltou à atividade, desta feita como um Programa de Extensão. E foi rebatizado com o nome de Grupo de Apoio ao Uso Público em Unidades de Conservação. Tendo como princípio que o fortalecimento do uso público ordenado em unidades de conservação promove a revalorização dessas áreas junto a sociedade, contribuindo assim com a sua conservação, o Programa é direcionado a três grupos diversos de atores associados a esse uso público - os gestores dessas áreas, os prestadores de serviços associados à visitação e os visitantes. Assim, o presente Programa prevê ações na forma de cursos, projetos, eventos e prestação de serviços, que atendam esta demanda.